PEQUENAS MOTOS ESPORTIVAS PARA TER GRANDES EMOÇÕES

O segmento de motos esportivas de baixa cilindrada no mercado brasileiro é disputado por apenas dois modelos, Kawasaki Ninja 400 e Yamaha R3. Mas, lá fora, existem muitas outras motos nesse nicho. Agora, surgem duas novidades muito interessantes, ambas lançadas essa semana, que mostramos aqui

Uma delas é a linha 2022 da TVS Apache RR 310, que existe desde 2020 na Índia. Seu design ficou ainda mais agressivo e é claramente inspirado no da superbike BMW S 1000 RR. Mas isso não é ao acaso ou mera cópia descarada: é que a TVS e a BMW são parceiras comerciais e a Apache R usa exatamente o mesmo motor dos outros dois modelos de baixa cilindrada da marca alemã – a F 310 R e a G 310 GS, que inclusive são vendidas aqui no Brasil.

Infelizmente isso não quer dizer as motos esportivas Apache RR serão comercializadas aqui. A parceira da TVS no Brasil é a Dafra, que já sinalizou não ter intenção de trazê-la. É uma pena, pois, além de bonita, a moto poderia fazer frente à Ninja 400 e à R3, e a briga certamente seria boa para todos – principalmente para o consumidor, que teria mais opções.

Lá fora a Apache RR tem 34 cv de potência e 2,7 kgf.m de torque com seu motor monocilíndrico refrigerado a água. Além disso, sai de fábrica com acelerador eletrônico, quatro modos de pilotagem (urban, rain, sport e track), suspensão dianteira ajustável eletronicamente, painel com tela de TFT de 5 polegadas e conectividade por Bluetooth e opções de pintura nas rodas de liga leve e nas carenagens – imitação de modelos de competição.

Para comparar com as motos esportivas presentes no mercado brasileiro, a Kawasaki Ninja 400 tem motor bicilíndrico de 399 cm³, com 48 cv e 3,9 kgf.m, enquanto a Yamaha R3, também bicilíndrica, tem 42 cv e 3 kgf.m. Ou seja, a TVS Apache 310 RR é um degrauzinho inferior em termos de desempenho. Como a Ninja 400 custa, no Brasil, R$ 29.990 e a Yamaha R3, R$ 27.990, a Apache RR seria competitiva por uns R$ 24.000.

Na linha 2022, o modelo também ganhou uma ponteira de escape mais alta, que permite ao piloto maiores ângulos de inclinação nas curvas do que antes e dois kits de ajuste eletrônico nas suspensões Kayaba – dynamic e race – e guidom também ajustável, entre outros recursos.

Lá na Índia a Apache RR 310 custa o equivalente a R$ 18.500. É o preço inicial, já que os kits race e dynamic, e também as pinturas especiais nas rodas e de competição nas carenagens são opcionais e, portanto, pagas à parte.

A austríaca nervosinha

A outra novidade no segmento de pequenas motos esportivas, que acabou de sair do forno, é a também evoluída KTM RC 390. O modelo existe desde 2014 e na linha 2022 sofreu profundas alterações. O chassi, por exemplo, ficou 1,5 quilo mais leve, e a capacidade do tanque passou para 13,7 litros.

O modelo aprimorado ainda surge com farol duplo de LED, luzes de rodagem diurnas (DRLs) também com LEDs, bolha maior e carenagem dianteira também com dimensões crescidas. Os piscas, agora, são verticais e embutidos nas laterais da carenagem, e o guidom agora é ajustável na altura em 1 cm.

O painel de instrumentos passa ser uma tela de TFT, as rodas de liga leve exibem novo desenho e geram menos massa em movimento, e as suspensões dianteiras (invertidas) e traseira (monochoque) passam a ser da grife americana WP Apex, com 43 mm de diâmetro. O curso na frente é de 12 cm, e atrás é de 15 cm.

O motor, porém, não mudou: continua o monocilíndrico de 373 cm³, com a mesma potência de 44 cv de antes – mas um “remap” fez o torque subir bem: foi de 2,6 kgf.m para 3,7 kgf.m. Bom para uma moto que pesa 155 quilos. Já a eletrônica foi reforçada: a RC 390 ganhou acelerador eletrônico, controle de tração e ABS com atuação em curvas.

Segundo a KTM, as pinturas da RC 390 são inspiradas nas usadas pela equipe Red Bull KTM no campeonato de MotoGP. As opções são laranja e preta ou laranja e azul – algo que só era aplicado nas KTM esportivas de alta cilindrada e especificações “racing”.

Junto com a RC 390, a marca austríaca também revelou a irmã menor RC 125, com motor monocilíndrico a água de 15 cv e 1,2 kgf.m, câmbio de seis marchas e 147 quilos de peso a seco – e logo virá uma RC 200. Todas são destinadas aos mercados europeu e asiático (mas a pintura de competição será exclusiva da RC 390).

No Brasil, sem chances: a KTM tem presença tímida aqui e sempre preferiu investir em modelos de alta cilindrada e maior valor agregado. Mantém apenas duas motos de baixa cilindrada nas lojas (as naked Duke 2000 e 390). E ultimamente, com o câmbio desfavorável, só anuncia essas pequenas e os modelos de enduro (as EXC 250, 300 e 350). Aqui não é fácil…

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